Ouro Preto: três dias, quatro amigas
Oi, tudo bem? Me chamo Laís Gomes, sou jornalista e viajante. É a primeira vez que escrevo aqui no “Na Estrada Com As Minas” e vim contar um pouquinho da minha última experiência. Já viajei sozinha, com meu marido, grupos de amigos, casais… Sempre falo por aí sobre a importância da mulher ganhar o mundo e viajar sozinha, mas nunca havia viajado numa trip só de meninas.
Compartilhei esse desejo com três amigas que, assim como eu, são casadas com caras maravilhosos e que entendem que a individualidade é um dos pilares de um casamento. Ana Paula, Camila e Jéssica toparam entrar nessa aventura comigo, colocaram a mochila nas costas e juntas, rumamos para Ouro Preto, Minas Gerais.
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Como chegar em Ouro Preto
A primeira coisa a se pensar foi: Como ir? Já que os maridos (que dirigem) não foram, não fomos de carro. E essa foi a primeira lição que tomei antes mesmo de sair de casa. Nós poderíamos ter economizado muito se fossemos de carro e montado um roteiro ainda melhor, já que das quatro, três têm habilitação.
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Massssss, a gente sempre senta no banco do carona (erradamente) e não temos experiência para pegar uma estrada e cruzar estados no volante. Lição aprendida, pesquisamos como era a forma mais barata de chegar lá.
Como chegar em Ouro Preto de ônibus: Fomos de ônibus, partindo da Rodoviária Novo Rio. Colocamos na balança e vimos que, de avião, seria mais rápido, mas sairia bem mais caro, já que só existem voos até BH e, de lá, a gente teria que pegar um ônibus pra rodoviária de BH e mais um pra Ouro Preto, três horas de viagem além do voo. Também existe a opção de alugar um carro no aeroporto de BH, mas, fuén, a coisa de procrastinar a direção nos pegou de novo rs.
Indo de ônibus, apesar de mais tempo, foi mais prático porque fomos direto. Embarcamos 23h30 e usamos o tempo para dormir. As passagens podem ser compradas no site da Util ou na própria rodoviária. São 7h de viagem. R$ 250 ida e volta.
Chegamos em Ouro Preto quase 7 da manhã. A cidade não tem uber ou outros transportes alternativos. É táxi ou ônibus. Optamos por dividir um taxi. É importante frisar que em Ouro Preto os taxistas não viajam no taxímetro e, lá, isso é legal. Agora que implantaram, em caráter experimental, taxímetro em dois carros da cidade. Para as pousadas e hotéis as corridas custam R$20. Os ônibus, R$ 4,75.
Onde ficar em Ouro Preto
Chegando em Ouro Preto fomos direto pra pousada Solar da Inconfidência, que fica a 700m da praça Tiradentes e tinha o melhor custo benefício da região. Conversamos com algumas pousadas antes de ir e essa foi a que melhor nos atendeu.
É importante esse contato porque Ouro Preto é um destino histórico, tombado, logo, muitas pousadas não podem mexer na estrutura e a maioria não tem ar condicionado, estacionamento, então, achei importante fazer esse contato perguntando algumas questões. Algumas pousadas não tinham quarto que nos coubesse juntas.
É importante escolher bem onde ficar porque, apesar de pequena, Ouro Preto é cheia de ladeiras íngremes, então, quanto mais longe e mais alto, mais sofrerá seu bolso ou suas pernocas rs. Chegamos na Solar da Inconfidência e fomos muitoooo bem tratadas.
Café da Manhã no Solar da Inconfidência
O café da manhã é simples, com pães, queijos divinos, bolo, sucos, iogurte, frutas e… Pão de queijo mineiro dos deuses! O que achamos muito legal é que, todos os dias na parte da tarde eles fazem um “chá das cinco” com torradas, chás e café quentinho. A pousada é pequena e simples, os funcionários muito solícitos e os quartos fofos. Ela segue o estilo da cidade e é toda colonial. Cama e móveis rústicos, frigobar, wifi, teto/piso em madeira e escadas para ir aos quartos, aliás, não espere elevador em Ouro Preto rs.
Mas tem acessibilidade e quartos no andar térreo pra quem tem mobilidade reduzida. Mas, o que mais gostei da pousada foi da vista que do quarto. Não conseguia parar de olhar pra janela. De frente para o hotel fica um mirante que é ponto de parada dos passeios de jardineira pelos pontos turísticos da cidade, mas disso falo depois. Uma diária em quarto duplo custa R$180 reais, triplo R$230 e quádruplo R$280. Pra mim, que pesquiso muitoooo um lugar antes de ir, sem dúvidas um dos melhores custos benefícios da cidade. Indico de olhos fechados.
Obs.: Precisei trocar o colchão, pedi ferro emprestado, pedi um ventilador a mais e tudo foi atendido rapidamente e com a maior satisfação.
1° dia – Conhecendo Mariana
No primeiro dia fomos a Mariana, pegamos o ônibus na porta da pousada (R$4.75) e descemos no centro de Mariana que é uma cidadezinha muito fofa! Dá pra chegar lá de táxi (R$50) ou no famoso passeio de trem, que antigamente era o Maria Fumaça, mas hoje se chama Trem da Vale. E esse foi um dos motivos que nos fez desistir do passeio. Dizem que é lindo, que a vista é maravilhosa, mas custava R$66 ida e volta (ou R$36 só ida) e dar dinheiro pra Vale uma semana depois do descaso que vitimou mais de 200 pessoas não dava.
Lá em Mariana dá pra fazer tudo a pé. E também dá pra tirar um dia só pra isso fazendo base em Ouro Preto. Fomos na Praça Minas Gerais, Basílica de São Pedro dos Clérigos, na Catedral da Sé, na Praça Cláudio Manoel Costa e na Praça Gomes Freire, onde estão sendo gravada cenas da novela “Espelho da Vida“. É tudo muito lindo.
Leia também: Ouro Preto e Mariana – MG: Bate e volta e dicas do que fazer.
Almoçamos no Centro Histórico em um restaurante self service onde o almoço custou R$ 12,00 e depois fomos até a estação de trem ver o trem Maria Fumaça e a própria estação que é uma atração da cidade. De lá, pegamos um táxi (R$20) até a Mina da Passagem, que fica no caminho entre Mariana e Ouro Preto.
O lugar é incrível, é a maior mina aberta para visitação no mundo todo, e, diferente das minas de Ouro Preto, você faz o percurso num carrinho. São mais de 120 de descida e quando chega lá embaixo você faz o percurso andando. Lá dentro a gente anda com um guia (a nossa foi uma mulher, Eliabe) e se impressiona com as histórias. A temperatura da mina é de 17 a 20 graus, uma delicia, já que fora fazia 32!
E além de você conseguir ver raspinhas de ouro nas colunas (ainda há) o mais legal é um lago de águas cristalinas de mais de 275m de profundidade que tem lá. Não resistimos e tomamos um banho e foi uma experiência sen-sa-ci-o-nal! Quem é mergulhador profissional pode ainda fazer um mergulho com até 75 M de profundidade. O passeio custa R$72 a inteira e R$48 meia. É o mais caro da viagem, e um dos mais legais.
2° Dia em Ouro Preto
No segundo dia ficamos em Ouro Preto. Sim, dá pra fazer quase tudo andando. Algumas igrejas, no entanto, ficam em outros bairros. Como a estávamos em quatro, fomos com a empresa Descubra Gerais fazer os passeios mais distantes. E olha: que acerto!

Ouro Preto tem 12 igrejas, sendo que 8 delas estão em processo de restauração, das cinco que estão abertas, duas ficam no centro histórico, mas as outras duas tem que andar muitooo e aí que entra o acerto em termos fechado o passeio com eles. Primeiro que a gente vai a bordo de uma jardineira linda, me senti num filme de época. Segundo por que o nosso guia, Caiodê era MUITO fera, não teve uma pergunta que ele não soubesse nos responder, e olha que fizemos muitas.
O passeio te leva, além dessas igrejas, em uma das muitas minas que existem em OP. Fomos na Mina do Veloso. Lá, diferente da outra, você faz tudo andando e percebe como os escravos sofreram. É uma história triste, mas que merece ser ouvida pra não repetirmos. O passeio custa R$ 30/15 meia.
Depois o pessoal da Descubra Gerais nos levou em mirantes (um deles era na frente da nossa pousada) na Igreja do Pilar, Igreja Santa Efigênia, Igreja São Francisco de Assis (todas com obrando Aleijadinho) e descobrimos que lá, as igrejas eram segmentadas, uma para cada tipo de pessoa. Numa só entravam negros, na outra só brancos, na outra, militares, na outra, os brancos pobres e assim sucessivamente. Ouro Preto é a história contada nos livros bem na sua frente, eu me emocionei diversas vezes e dei sorrisos de encantamento em muitas outras.

As igrejas cobram pra entrar (exceto em horários de missa) e os valores vão de R$2 a R$10. Fomos também no Museu da Inconfidência (R$5) e na feira de Pedra Sabão, que é um material que eles usam pra fazer artesanato. Se perder pelas ruelas de OP também é um passeio delicioso de se fazer, além de conversar com as pessoas de lá sentada na praça Tiradentes, onde a cabeça do mártir foi exposta.
3° dia em Ouro Preto
No terceiro dia, optamos por ir ao parque municipal das Andorinhas, que possui sete cachoeiras, trilhas, rapel é tudo mais que suas pernas aguentarem RS. A entrada do parque é gratuita e dá pra chegar lá de ônibus depois de uma caminhada de dez minutos (R$4.75), mais uma vez, pra nós quatro, compensou dividir um táxi e descer na porta do parque e sermos pegas lá na volta (R$50).

Fomos na cachoeira dos pocinhos, que é a primeira e na gruta das Andorinhas, que é maravilhosa! Pra chegar nela precisamos descer por uma escada e ficamos de cara com uma queda d’Água de mais de 5 metros. Foi lindo e especial! Depois, voltamos para o centro de Ouro Preto e terminamos de conhecer o que faltava na cidade.
Onde comer em Ouro Preto
Todos os lugares onde comemos foi BBB. Bom (muito bom), bonito e barato, porque esse é o nosso lema de vida rs. Jantamos uma massa deliciosa em um restaurante que esquecemos o nome, bem na praça Tiradentes, para compensar a falta do nome, a localização, ele fica ao lado do bar Taberna. Pagamos R$60 reais e dividimos o macarrão que não tem explicação, de tão bom que estava.
No sábado almoçamos no Imperial, um restaurante self service de comida mineira, com churrasco, onde você come quantas vezes quiser (R$25), a comida é muito boa. A noite fomos na famosa pizzaria No passo do Jazz, a pizza é uma delícia e custa a partir de R$50. Outra dica boa pra lanche é a hamburgueria Pão de Queijo Gourmet que tem hambúrgueres artesanais saborosíssimos a partir de R$20 reais com pão comum ou de pão de queijo. Os pratos executivos pra almoço tem são deliciosos e custam R$ 17. Dos deuses! Ao lado tem uma padaria com uma coxinha que, pelo amor de Deus, só vão.
Ouro Preto é uma cidade muito segura pra se conhecer sozinha, com amigas, com filhos, em grupos de amigos, casais ou como você quiser. Andamos até meia noite pela rua, mexemos nos nossos celulares e câmeras durante todo tempo e achamos tudo ok. É uma cidade muito acolhedora, muito barata (menos os transportes) e onde você pode ter diferentes tipos de entretenimento. Fomos em fevereiro e a cidade estava vazia porque os moradores das repúblicas estavam de férias da faculdade, mas, os ensaios para o carnaval já haviam começado e deu um tom do que fica a cidade em épocas festivas. A noite sempre faz frio, então vale a pena levar roupa para todas as estações, é uma câmera, porque cada casinha é um clique e um suspiro apaixonado.
Quem quiser pode esticar a viagem até Lavras Novas, Tiradentes e São João Del Rei. Ou até mesmo ir até Belo Horizonte, Inhotim e Brumadinho. O que não falta é lugar para ir em Minas Gerais.
Foi uma viagem muito especial por ter ao meu lado três girl powers e por ver desabrochar o amor (e o vício) de viajar nelas e nas pessoas que as cercam. Tenho certeza que foi inspirador para outras mulheres, pelos depoimentos que recebemos depois, e isso já valeu a pena! ❤️
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Amei o seu post. Estou indo para lá sozinha na terça e peguei várias dicas aqui!
Bjs
Olá! Quantas dicas maravilhosas em um único post haha 🙂
Posso fazer uma pergunta boba? Como é o clima em Ouro Preto? Faz muito calor, é muito frio, etc. Ficaria muito grata se pudesse me responder.
Obrigada pelas dicas!
Oi Andressa,
Fui a Ouro Preto em Agosto e durante o dia fazia muuuuito calor, um dia lindíssimo, mas a noite a temperatura caía bastante.
Então vá preparada para os dois climas 🙂
Beijos!